terça-feira, 27 de julho de 2010

Moldura


Moldura

Da janela do meu quarto
Eu vejo a rua em movimento
Da janela do meu quarto...

Eu vejo um mundo que invento
Da janela do meu quarto
Não vejo passar o tempo...

Da janela do meu quarto
Eu vejo todos preocupados
Da janela do meu quarto

O sol nasce quadrado
Da janela do meu quarto
Não tem certo nem errado

Da janela do meu quarto
Eu vejo pássaros cantando
Da janela do meu quarto

O ar tem gosto de morango
Da janela do meu quarto
O mundo está ao meu comando...

Em Memória de...


Em Memória de...

Eu sei que você não está mais aqui,
Mas ainda sinto a sua presença,
Em cada cômodo da casa,
Em cada música que crio,
A cada vez que choro,
E a cada vez que sorrio,
É tão estranho...
Você sempre esteve presente,
E de repente não te vejo mais,
Não concretamente,
Mas ainda te sinto de forma abstrata,
É tão estranho...
Mas você ainda tem forças,
Para manter o meu desejo de vida,
A cada buraco em que caio,
Você transmite forças,
Para me puxar de volta
E então me sinto deprimido,
Por não ter feito o mesmo enquanto pude,
Por mais que tenha considerado muito,
Hoje vejo que foi pouco,
Se houvesse uma máquina do tempo,
Voltaria e mudaria cada atitude precipitada,
Mas tempo não volta e sinto isso,
Colho as minhas últimas forças,
De cada minuto que lembro você,
Sem ter dado o último adeus,
Dedico então estas mal formadas linhas a você...

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Amor


O Amor

O amor não se compra, se constrói,
Com amizade e respeito,
O seu alicerce é feito,
E então nada o corrói.

O amor não se perde, se reprime,
Com maldizeres e mentiras,
E assim muito me admira,
Que não constitua crime.

O amor não se vai, deixa saudades,
Como lembranças de infância,
Que já não têm mais importância,
E ainda aos nossos peitos cabem.

O amor não se ama, se cultiva,
Com mãos de um jardineiro,
Precisão de um engenheiro,
Para, enfim, manter sua chama viva.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Crise


Crise

Demorei muito pra entender o que era vida,
E a cada hora pelo relógio percutida,
Sentia uma ânsia em querer viver.

Sentia em cada célula do meu corpo,
Um pouco mais de mim morto,
Sem espera para renascer.

A cada batida do meu coração,
Sentia que o esforço era em vão,
E no espelho eu falava comigo.

Frases refletidas em mim,
Conseguiram tornar-me enfim,
O meu verdadeiro inimigo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Frenesi


Frenesi

Em tua pele sinto o calor,
Que consome o corpo e preserva a alma,
Meu paladar guarda o sabor,
Da tua flora e da tua fauna.

Sussurramos ao pé do ouvido,
O ritmo da nossa respiração,
Você me segue enquanto te sigo,
Em movimentos de ardente paixão.

Este ciclo nunca se encerrou,
E não encerrará tão cedo,
Tão logo você me deixou,

Não sei dizer se por medo,
Se nenhum outro homem te amou,
Hoje podemos mudar o enredo...

domingo, 4 de julho de 2010

Água Corrente


Água Corrente

Segue o rio um curso tranquilo,
Sem perigo iminente à vista,
Mas eis que aparece o destino,
E muda o curso a uma rota imprevista,

Cascateando águas passadas,
A altura do tombo nunca foi medida,
Pois não é seguro usar uma escada,
E pegar atalhos nos degraus da vida.

E lá ao longe vem a correnteza,
Trazendo um turbilhão de incertezas,
E o pensamento que o tempo voa.

Mas as asas da imaginação,
Que não pousam na realidade chão,
Só mostram da vida, a parte boa.
 
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