terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sobressalto

Sobressalto

 Sou atemporal
Mas nunca estive à frente do meu tempo
Talvez tenha sido apenas uma dança
Em que estivemos lado a lado
E a música que nos uniu
É trilha sonora de nossas vidas

Tempo que se esvai, some ou deixa mágoas
Versátil inimigo de amizade verdadeira
Tudo na vida dosa de sua boa vontade
Ao pontuar em tique-taques
Os compassos da minha viagem

Fito o céu e reflito
Tempo que passa entre a noite e o dia
As linhas que surgem ao longo dos anos
Fixaram na pele suas moradias

De tudo desejo no tempo exato
Prender os momentos felizes vividos
Para que toda a vida não caia no abismo
E eu não me arrependa de ter existido
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Fluxo

Fluxo

Não ouço o tempo dizer nada
Entre as partes da madrugada
Ou entre as quatro paredes que assistem
O calor, a alma, a intensidade
O ritmo dos pés unidos em harmonia
Com a dissonância de enorme euforia
Envolto em seus cabelos me prendo
Ascendo e flutuo e respiro, vivo
A fumaça das narinas ofegantes
Esqueço agora, o depois e o antes
No compasso de cada minuto
O tempo exato não possuo
Me ouça, me breque, me encare, me excite, me ame
Tenha a mim com um simples olhar
A noite é uma criança e o céu se diverte
Vejamos estrelas, espetáculos findos eternos
O que importa é alcançar os céus
Não há limites quando se quer
Ainda há muito em jogo de cintura
Quadris e gingados
Ondas violentas e sutis
Uma corrida para ser feliz
A chegada se afasta quanto mais o tempo passa
E seguimos adiante
Sua cachoeira é limpa e refrescante
Me encante, não é uma ordem
É apenas vontade
Nus e cobertos de paixão
Graças a ti, suave forma de explosão
E assim deitamos nossos corpos cansados
Por mais alguns minutos infinitos...

sábado, 30 de junho de 2012

Abismos

Abismos

Oco, oco, não sinto nada
Bata à minha porta e estarei assim
Estático como o horizonte
Onde as horas se prolongam
Muda-se o cenário
Mudam-se as cores
E continua lá

Não produzi nada
Desse oco eco que bate meu coração
A adrenalina bombeia e eu sem reação
Não sei por que partes me perdi
Ainda não me encontrei
E continuo procurando meus cacos

Há uma voz soprano na minha trilha
 Taças tilintam, se brindam, se quebram
Sempre fui insuficiente ao meu ego
"Há alguém na luz?"
"Alguém com força o bastante para me guiar?"
Pois parte do meu conteúdo foi derramado
Se eu fosse vinho melhoraria com o tempo
Mas sigo a contra-mão por ser minha sina

Não seu que futuro me aguarda
Mas aguardo e ajo por um futuro
E até lá continuarei assim
Oco, oco, não sinto nada...

Humanidade II

Humanidade II

Cai a chuva em ritmo constante
De uma maneira descompassada
Tal qual nossas vidas

O mundo é feito de sonhos
Dentro de pesadelos
Pois não há evidências
Apenas rastros obscuros

E dentro de cada ser
Não vejo absolutamente nada
Pois todos se escondem
Em suas zonas de conforto
E a vida continua...

Bagunça da Alma

Bagunça da Alma

Não sei quem virá ler isto
Mas preciso me reencontrar
Estou abarrotado de ideias desconexas
Como roupas jogadas pelo chão
Possuindo pouco ou nenhum padrão

Meu velho guarda-roupa de ideias
Precisa de novas cores, novas palavras
De forma que seja apenas o necessário
Detesto o consumismo em excesso
Já que as palavras são o meu vício
E quanto mais tenho, mais desejo
Ah! como eu detesto essa parte do meu ser...

 Preciso me reencontrar
E sufocar essa carcaça que me sufoca por fora
Não entendo de poesia, tampouco de arte
E assim as roupas se amontoam
Em cada peça um fragmento de vida
Não preciso de cabides
Não quero organização
Prefiro ser livre e voar no pensamento
Atingir outros planetas e descobrir o que me aguarda lá

Não sei que voz me deixa assim
Apenas sei que preciso ser
Pois isso me motiva para dar passos adiante
Fazendo com que a vida possua um sentido a mim



 
 
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