quarta-feira, 13 de abril de 2011

Liberdade e Desejo


Liberdade e Desejo

Era uma noite fria de inverno
Não me lembro rostos ou nomes
Mas seu perfume me limpava as narinas
E eu ofegante ostentava seu doce leito.

Suor e libido tomavam conta dos nossos corpos
Estávamos distantes da órbita do planeta
Como se o tempo tivesse parado
E o momento fosse único como a vida.

Os nossos sussurros ainda ecoam no ouvido
Me lembro de cada gemido de prazer e dor
Misturados com o sabor etílico em nossos lábios
O néctar de sua flor me chamou no instante em que
Parei para contemplar a dama da noite se abrindo
E num gesto suave me acolher no fruto pecado...

Foi uma noite de amor intenso e ainda não sei o seu nome
E no meu tato seu rosto era delicado como a rosa
E no tecido da sua pele, a seda perfumada em orquídeas
Foi tão transcendental que poderia virar música
Foi tão bom que poderia ser sonho
E foi tão real que poderia ser história...

Já faz tempo, mas passo madrugadas imaginando
Se eu a encontrarei outra vez para amadurecer a experiência
E se ocorrer, sei que a espera não será em vão
Pois será o dia em que eu finalmente estarei liberto...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Menor Distância


A Menor Distância

A distância é boa até certo ponto:
Pontua um vazio que preenche a saudade
Que de vasta imensidão oceânica
Pode se tornar um abundante córrego de alegria

Ao primeiro toque do vento
Fazer tempestadade em copo d'água
E na última brisa da vida
Inundar um coração de amor

A distância pouca é boa
Mas a maior é melhor
Porque sufoca o peito de tal maneira
Que é impossível esquecer
Tal qual o abraço de quem a encurta
O calor, a presença, os flashes
Tudo vem à tona em arranjos florais,
Acordes musicais e beijos afetuosos

A distância é boa, faz-nos refletir
Sobre o que realmente importa
E isso não aparece escrito em livros
Mas sim nos olhares pensativos
Das pessoas nas estações da vida.

Quanto maior a distância,
Maior a imensidão imensurável
Do alívio da dor aflita e ressentida
Que já pousou no coração de quem ama
E maior também é a certeza:
"- Estar vivo é bom..."

Lamentos de um Recém-perdido


Lamentos de um Recém-perdido

Poucas palavras, tão poucas, quase mudas...
Muitas decepções, tantas, quase todas...
Escrevendo aqui, linhas cegas, linhas surdas
Com visões que caem da minha boca

Onde eu me encontro perdido?
Onde eu me perco achado?
O poema lido e não lido
Com certeza me lembra um passado

A viagem é longa e incerta
Mas o tempo é rápido, inviolável
Na vida há muitas portas abertas

Porém nenhuma controlável
E se na escolha se acerta
Bem vindo a um mundo mais agradável

Indefinido


Indefinido

Não possuo traços precisos
São tão incertos quanto o dia de amanhã
Rabisco aqui e ali e moldo
Talvez uma ideia que não valha nada
Ou que se concretize em sonhos
Mas o simples existir já cumpre,
Sem delongas, sem planos,
Sem coerência, sem rumo:
Não possuo traços precisos...

Flama


Flama

Se o destino não nos unisse
Talvez o poeta estivesse morto em vida
O amor intenso e real que nos circunda
Não faria sentido algum
Até que a morte nos separe é pouco tempo,
Para nos conhecermos melhor
Precisaríamos morrer zilhões de vezes...
E assim, a Fênix pode renascer em cada canto
A cada hora, a cada minuto, a cada segundo
E trazer de volta um amor que não morre
Ao menos não como um todo
E fazê-lo renascer como uma chama mais profunda...

 
Tweet